17.10.06

 

Formação a distância de professores ganha novo impulso

A formação de professores, atribuição anteriormente exclusiva dos governos estaduais e municipais, passará a ter suporte do governo federal. Na última quarta-feira (11), o presidente Lula lançou um conjunto de medidas na área da educação voltada especialmente para o fortalecimento da formação de professores por meio de programas de educação à distância. A participação do governo federal na qualificação de docentes, possível graças à alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), será feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pelo sistema de pós-graduação universitária em todo o País.Ficará a cargo da Capes a operação do programa Universidade Aberta, que articula a realização de cursos de diversas instituições federais de ensino à distância, sobretudo para professores da educação básica (antigos 1º e 2º graus) que ainda não têm diploma de ensino superior. Esta tem sido uma das grandes preocupações do governo federal, já que o Plano Nacional de Educação (PNE) previa a conclusão da educação superior, por parte de todos os docentes da 5ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio até o final deste ano. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep), cerca de 10% dos aproximados dois milhões de docentes da rede pública estão nesta situação. Por isso, o Ministério da Educação (MEC) investirá cerca de R$ 200 milhões com o objetivo de saltar dos atuais 10 mil estudantes para chegar a 100 mil alunos matriculados em cursos vinculados ao Universidade Aberta. “O governo está chamando para si parte da responsabilidade sobre a formação de professores”, diz Paulo Speller, reitor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMY) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Ensino Superior (Andifes).José Vitório Zago, do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), afirma que a entidade tem discordâncias com a concepção do Universidade Aberta. “Nós achamos absurdo que o formador do ensino básico ser formado à distância. O futuro professor, ao invés de ter contato com o seu professor e seus colegas, vai ter contato com a máquina”, critica. O secretário de educação à distância do MEC, Ronaldo Mota, defende a opção adotada pelo governo afirmando ser um método já testado em outros países e com bons resultados já comprovados. “Os estudantes no modelo que adotamos têm interação permanente com tutores nos momentos presenciais e à distância e a presença permanente do professor responsável pela disciplina. Comparados com professores formados no modo normal, eles têm mostrado desempenho superior”, defende.Para Mota, ao contrário da posição defendida pelo Andes-SN, o modelo do Universidade Aberta qualifica a formação dos professores, pois os coloca em contato com novas tecnologias, o que pode ser usado por estes professores na sua atividade pedagógica. Neste sentido, outra medida no pacote anunciado pelo governo federal foi a compra de 75 mil computadores e 7,5 mil impressoras para fortalecer o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). Serão entregues às escolas também 76 mil kits com 50 DVDs contendo conteúdos da TV Escola, sistema de apoio pedagógico por meio da mídia televisiva.

Fonte: Agência Carta Maior

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